quinta-feira, 28 de junho de 2012

DESABAFO

Aproveitando que ninguém lê nada do que eu escrevo, acho que posso desabafar sem ter ninguém pra me julgar.


Ando triste, triste mesmo.


Tô triste com o meu trabalho, no qual antes eu tinha minha Tia Aline como minha companheira de todas as horas, só que ela decidiu tomar um rumo na vida dela, e saiu de lá. E como eu sinto a falta dela... Todo dia eu imagino como seria se ela estivesse lá. E quase sempre eu sinto a dor que eu sentia no peito, nos primeiros dias que ela saiu. Aí entrou a Vanessa, que eu achava que era minha amiga, mas que na realidade estava roubando a firma e me fazendo de idiota, achando que eu nunca iria descobrir isso.
E quanto ao resto das pessoas que trabalham comigo, acho que não tem ninguém que eu possa chamar de amigo, que eu possa fazer confissões. Até tem a Edilaine, mas mesmo assim, acho que não devo mais me expor tanto. Até tenho vontade de sair de lá. Sempre falo isso, que ano que vem eu vou sair, que eu vou sair e que vou sair.
Mas como eu vou abandonar meus tios?! Como eu vou deixar na mão, pessoas que sempre me ajudaram?! Eu queria muito que eles contratassem alguém que fosse realmente competente, para que eu pudesse passar todo o meu serviço, e finalmente sair de lá e seguir minha vida! Mas não acham! Estão acomodados com o fato de ter alguém que faça tudo. E sempre eu que levo tudo nas costas. Sempre eu que levo os xingos, e tudo o mais. Eu estou muito cansada disso.


Ando triste em casa, vendo que a minha mãe daqui a pouco vai enlouquecer por conta daquela casa que não fica pronta nunca. Minha mãe não é mais feliz como antes. E ela nem imagina o quanto isso me mata por dentro. O meu padastro fica mais na oficina do que em casa, o que me mata mais uma vez, pq quando saio com o meu namorado, e deixo ela sozinha em casa, fico com a idéia fixa de que não, eu não sou uma boa filha por isso.


Os meus amigos não me ligam mais. Alguns é porque os nossos horários não batem mesmo. A gente sempre planeja rolês, mas nunca dão certo de acontecer... O que é totalmente perdoável.
Mas tem outros amigos, que não ligam e fingem não notar a minha existência por puro orgulho, alegando que quem sumiu e quem não liga sou eu. Sendo que eles também tem o meu número de telefone.


Tem o meu namorado, que nem imagina o quanto eu choro por coisas que já aconteceram, coisas que eu disse que não ligava mais, e que ainda me corroem por dentro.
Ele não entende que eu sou daquelas namoradas á moda antiga, que não acha certo sair sem a pessoa qual estamos junto.
E isso sempre gera discussão, e sempre eu estou errada.
E tem as vezes que ele bebe, e fica sem noção, e começa a jogar na minha cara que eu não posso dormir na casa dele, e que ele não suporta mais me levar embora de madrugada pra minha casa, porque ele tem certeza que eu faço isso de propósito, pra ele passar frio, porque eu estrago os rolês quando digo que tô afim de ir embora. Tudo bem que ele diz isso quando tá bebado. Mas as pessoas alcoolizadas tendem a dizer todas as coisas que estão entaladas em suas gargantas...


Juro, eu queria mesmo poder dormir aí com você. Só que tem aquela questão de que a minha mãe não deixa.
Tenho quase 21 anos e minha mãe ainda manda em mim sim. E NÃO, EU NÃO TENHO CORAGEM DE ENFRENTA-LÁ. Porque eu jamais vou querer fazer algo que vá magoar a minha mãe. E por que?!
Porque muitos esquecem que meu pai faleceu, e fora ela, QUEM MAIS EU TENHO?! Hoje eu tenho o Márcio, sim. Tenho a minha Vó Regina que eu amo tanto quanto a minha mãe. Mas MÃE e PAI são únicos. E a minha faz o papel dos dois.


Se vocês soubessem a dor que eu carrego comigo por não ter mais meu pai, por pensar em tudo o que anda acontecendo, por tentar achar um meio de tentar alegrar a minha mãe e não acha-lo, por tentar achar um meio de tentar me entender de uma vez por todas com o Márcio sem conseguir, por tentar mudar de emprego, por tentar ser alguém diferente.


E eu tô guardando isso a tanto tempo dentro de mim, que as vezes eu acho que não vou mais aguentar.
Eu ando chorando quase todas as noites, até eu dormir, pensando em tudo isso. E eu não aguento mais. Sinceramente.